O modelo de Dupla Rota foi proposto por Morton (1969, 1989) e preconizados por Ellis e Young (1988), revisto por Pinheiro e Rothe-Neves (2001) e Pinheiro (2006) apud Capellini, Fernandez et al (2014) e Capovilla, Seabra (2010).
O modelo sugere que, tanto a leitura como a escrita passam por processos de Rotas que seriam: a rota Fonológica e a Rota Lexical.
A Rota Fonológica seria através de um processo indireto, onde as palavras, primeiramente irão passar pelo sistema de conversão, através das regras grafofonêmicas (no caso da leitura) e fonografêmicas (no caso da escrita) e, somente após o acesso do significado é alcançado.
A Rota Lexical seria, por sua vez, através do processo direto, sem intermediação fonológica. É um processo também chamado de ideovisual ou lexical. (Capovilla, Seabra, 2010).
A seguir, serão descritos cada rota, fonológica e lexical na leitura.
ROTA FONOLÓGICA PARA A LEITURA:
O reconhecimento da palavra passa pela mediação fonológica, onde a leitura acontece através de um processo de decodificação mediado pela fala.
A pronúncia é feita segmento por segmento através da aplicação da regra de conversão grafofonêmicas, onde a criança está transformando um símbolo gráfico (letra) em som (fonema). Feito isto, através da pronúncia, então é ativado o sistema semântico, onde então terá o significado da palavra lida.
ROTA LEXICAL PARA LEITURA:
A leitura realizada pela rota lexical é feita como um todo, a partir do léxico, e não mais realizando segmento a segmento (Capovilla, Seabra, 2010).
Contudo, a leitura é mais rápida e mais eficiente. Porém, para utilizar esta rota é necessário que a palavra a se lida tenha sua representação ortográfica armazenada no léxico mental ortográfico.
Ao utilizar esta rota, a palavra passa pelo reconhecimento ortográfico, onde então suas formas orográficas são ativadas e que por sua vez ativarão a representação semântica (Capovilla, Seabra, 2010).
No entanto, “a rota lexical faz o reconhecimento ideovisual direto (isto é, leitura não mediada pela fala ou imagem auditiva das palavras)” (Capovilla, Seabra, 2010 p. 118).
Referências:
Trecho retirado do material Alfale (Avaliação das fases de leitura e escrita) com autoria de Cíntia Ribeiro Carneiro e embasamento nas bibliografias:
- MORTON, J. Na information-processing account of reading
acquisition. In A.M. Galaburda (ed), From Reading to neurons.
Cambridge, MA: The MIT Press. 1989 - Capellini SA, Oliveira AM, Cuetos F. PROLEC; provas de avaliação dos
processos de leitura. São Paulo (SP): Casa do Psicólogo; 2010 - SEABRA, Alessandra G. CAPOVILLA, Fernando C. Alfabetização:
Método Fônico. Editora Mennon, 2010. 5ª edição.
